Cachoeira do Bisnau e Poços Verdes – As Joias Secretas do Goiás
De quantos motivos você precisa para explorar mais o estado do Goiás? Que tal três (quatro, cinco…) localizados na mesma fazenda? Oitenta e oito metros de altura e dois poços verdes, incrivelmente perfeitos; formas, curvas e um cerrado extremamente preservado. E mais: um Sítio Arqueológico que guarda escrituras de arte rupestre, datadas de anos pré-históricos. No Sítio Arqueológico do Bisnau você encontra tudo isso, e muito mais. Cachoeira do Bisnau e Poços Verdes, três joias secretas que serão desvendadas agora.
Nessa matéria, você encontrará:
O Sítio Arqueológico do Bisnau consiste em uma área de 40 alqueires (ou 3 mil hectares), que fica dentro de uma fazenda particular. Essa área preserva tanto um vasto exemplar de espécies de fauna e flora do Cerrado; quanto guarda figuras com datação entre 4 e 11 mil anos!
Dentro desse enorme espaço há diversas opções de divertimento e adrenalina, como: rapel na cachoeira, voo livre, caverna com oficina lítica. Enfim, um mix de aventura e pré-hitória. Se quiser saber mais, leia a matéria completinha da Bárbara Lins, do Descobertas Bárbaras.
ONDE SE HOSPEDAR EM FORMOSA?
Em Formosa, recomendamos a hospedagem no Sofisticatto Park Hotel, um excelente custo-benefício. O hotel conta com restaurante que serve um delicioso café da manhã, piscina e quarto espaçoso com boa cama. Muito bem localizado, próximo a alguns estabelecimentos, como shopping e restaurantes.
Como chegar à Cachoeira do Bisnau
O Sítio Arqueológico do Bisnau fica a aproximadamente 48 km de Formosa e 128 km de Brasília.
Dica: Na região de Formosa, existem muitas cachoeiras distantes que vale muito a pena conhecer. Alugue um carro e conheça-as por conta própria!
Para chegar partindo de Brasília, basta pegar a BR-020 sentido Formosa. Seguir adiante na mesma via e atravessar o povoado do Bezerra. Ao chegar no povoado de Bisnau, adentrar pela lateral da pamonharia de mesmo nome, a direita da pista. É muito fácil encontrar, são três quiosques dispostos bem próximos uns dos outros. A pamonharia Bisnau é o segundo.
A partir daqui a estradinha de terra é bem curta. Siga pelo caminho que te levará até a sede da fazenda.
Ali, provavelmente, o pagamento das entradas deverá ser feito com um dos donos. Eles variam de acordo com o que cada visitante busca. Vou listar todos eles ao final dessa publicação.
Por agora, saiba que os valores da Bisnau e dos Poços Verdes se dão da seguinte forma:
Cachoeira do Bisnau por cima e por baixo (duas piscinas e banho nas quedas): R$ 50;
Poços Verdes (2 poços belíssimos): R$ 50;
Valores poderão sofrer alterações*
Pronto, a partir daqui você já tem uma ideia de valores. Agora vou te apresentar às três maravilhas do cerrado escolhidas por nós, para esse dia.
Cachoeira do Bisnau
Desenhada em curvas, essa cachoeira é bem peculiar, diferente de qualquer uma que já estivemos na região. Estar diante da Cachoeira do Bisnau é se sentir pequeno e incrédulo com o que os próprios olhos veem.
Cachoeira do Bisnau – Primeira Piscina
A trilha até o primeiro ponto de banho é super tranquila. O carro para há poucos metros. Dá para chegar aqui com crianças e idosos sem grande esforço. Devendo apenas haver cuidados com partes escorregadias – normais em qualquer cachoeira.
Cachoeira do Bisnau – Segunda Piscina e Quedas
Seguindo pela lateral da Cachoeira do Bisnau, placas indicarão a trilha de acesso até o ponto mais bonito de todo o território. Estar aqui me trouxe uma sensação de alegria diretamente proporcional ao tamanho da cachoeira.
Na primeira vez que viemos, não havia boa sinalização, então ficamos limitados a primeira piscina e ao topo da cachoeira. Eu fiquei tão frustrada em não conseguir descer ao pé da Bisnau, que prometi a mim mesma que só voltaria na presença de um guia. Foi o que fizemos.
A trilha até o pé da Cachoeira do Bisnau é de nível fácil/moderado. São 330 metros de descida considerável. Algumas avaliações no TripAdvisor alertam sobre a precariedade da trilha mas, pelo que vimos, o percurso foi melhorado bastante. Todo mundo desceu sem dificuldade e, talvez a pior parte seja subir de volta por aquele mesmo trecho. Como seguimos para os Poços Verdes, o caminho de regresso foi outro.
Curiosidade
As rochas que compõe as quedas da Cachoeira do Bisnau são de formações porosas. Portanto, você consegue curtir uma ducha natural sem medo de escorregar. É incrível! Chegando lá faça o teste, mas com cuidado! Não vá se empolgar e se estabacar rio abaixo..rsrs.
Obs: As pedras da beira do rio e do segundo poço são escorregadias. Preste bastante atenção na diferença de texturas onde você pisa.
Saiba: a trilha da Cachoeira do Bisnau e dos Poços Verdes, pelo que entendi, varia bastante. Para facilitar a vida de quem não está muito a fim de caminhar, a fazenda disponibiliza uma jardineira, ao custo de R$ 10 por pessoa. Para isso é necessário que haja um grupo. Como estava bastante curiosa – juro que não era preguiça – solicitamos o transporte. Caminhamos então coisa de 4 km, apenas.
Sem a Jardineira o percurso pode levar até 13 km, sendo um trekking mais pesado, passando por outros pontos de observação. Seu Noel, nosso guia, chama esse percurso mais longo de Desafio do Bisnau.
Ficamos um tempo na Cachoeira do Bisnau e seguimos para os Poços Verdes. O percurso está bem sinalizado por setas vermelhas, mas você deve estar atento à elas. No trajeto, há ainda três pontos de rio que deverão ser atravessados. Em todos eles tivemos que tirar os calçados.
Poços Verdes
O primeiro Poço Verde
Caminhando em meio a mata densa, cerrado puro, beirando o leito do rio, temos uma ideia do que nos aguarda. Mas é ao chegar aqui, que mais uma sensação de surpresa toma conta de nós. É lindo!
O nome da Cachoeira Bisnau é por conta do encontro de dois rios: Bisnau e Bisnausinho. Juntos, eles formam os poços verdes. Este é apenas um deles. ?
Quando chegamos, o sol ainda batia na queda e no poço, o que realçava ainda mais a beleza de tudo.
O segundo Poço Verde
Poucos metros adiante, passando por pontos mais complexos e tomando cuidados, chegamos ao segundo poço verde. Sério gente, é ainda mais bonito do que eu imaginava!! Esse tom de verde ganhou nossos corações.
Cuidados: Saiba, o primeiro poço é formado por pedras, partes rasas e fundas. Já o segundo, é praticamente todo profundo. Não faço nem ideia do quanto, mas olha, imagino que mais de 10 metros, em tempos de seca.
Para conhecer a Cachoeira do Bisnau e os Poços Verdes, não há a obrigatoriedade do guia. Porém, como da última vez que fomos e não conseguimos chegar ao pé da cachoeira, jurei que só voltaria com a certeza que exploraria tudo (ou quase tudo..rs).
Outros Valores
Fora os valores já listados da cachoeira e poços:
- Hostel Rural: R$50 – pelo que vi em um vídeo, me pareceu ser uma acomodação muito simples;
- Camping (com direito a um atrativo): R$50;
- Visitação ao Sítio Arqueológico: R$ 35;
- Desafio do Bisnau e Caverna: valores a combinar, dependendo do percurso e cachoeiras. Mediante agendamento com guia.
- Jardineira: R$ 10.
- Para maiores informações clique aqui.
Agendamento:
Para agendar a prática de rapel ou voo livre, entre em contato com Seu Roberto, um dos donos. Ele é responsável por passar informações mais detalhadas.
(61) 9966 9118
Guia para a Cachoeira do Bisnau
Noel José dos Santos: Famoso Seu Noel. Ele é guia de turismo regional, ambiental e cultural; Condutor de turismo de aventura, com competências mínimas necessárias para resgate, salvamento e orientação em áreas inóspitas. Uma pessoa simples, mas de grande experiência. É também, o responsável pela abertura de diversas trilhas, tomando todos os cuidados necessários para que fauna e flora sofram o menor impacto possível.
Seu Noel é famoso e elogiado em diversos atrativos de trilhas e cachoeiras, como o Ecobocaina, a Cachoeira da Água Fria, a Cachoeira Extrema (JK), a Bisnau, a Cachoeira do Label, entre outras.
Ainda que não haja mais a necessidade do guia para os atrativos que fizemos (Cachoeira do Bisnau e Poços Verdes), quero ressaltar o quanto a presença do seu Noel nos deixou seguros a todo o momento. Como disse, existem pontos nas trilhas em que passamos por pedras e locais mais escorregadios, dos quais sempre éramos alertados para o devido cuidado.
Além do mais, ele carregava consigo uma boia, que pode ser super útil, especialmente no último e mais belo poço. O segundo poço verde é profundo e, para atravessar para o outro lado, onde há pedras e pontos de apoio, é legal que a pessoa saiba nadar uma distância considerável. Caso a pessoa canse, a boia estará a poucos metros.
Contato: (61) 99937 2469 | E-mail: noeltrilhas@gmail.com
Curiosidade:
Seu Noel, durante nossa visita à Bisnau, nos disse que a forma correta de se criar trilhas é seguir pegadas de animais silvestres, como as antas. Animais que possuem uma rota já traçada por eles mesmos.
Nossa Experiência
O dia 29 de Junho começou com uma trollagem do clima. O céu de Brasília estava num tom acinzentado, tão feio, que todo mundo se olhava com aquela cara de “não estou entendendo nada”. Céu cinza e frio considerável em pleno mês de seca?
Mesmo assim seguimos. Foram 128 km de 50 tons de cinza…rs.
Chegamos na Pamonharia Bisnau e continuamos encasacados. Na Fazenda, a mesma coisa. Mas se a fé move montanhas, umas nuvens não seriam nada, não é?
É. Foi pisar na Cachoeira do Bisnau que nosso famoso céu azul deu o ar da graça, para nossa alegria.
Assim, ele chegou tímido, mas logo foi tomando conta de todo o sítio/fazenda. Enquanto caminhávamos, nossos corpos se aqueciam, o que ajudava na hora de entrar nas águas geladas da Cachoeira do Bisnau e dos Poços Verdes.
Por fim, um dia que começou estranho teve um final feliz e perfeito. Mais uma lembrança de excelente descoberta. Um enorme espaço, tão rico, mas bem pouco explorado para o ecoturismo. Mas não agora que o Leve Sem Destino deu aquele ‘confere’. Sabemos que o padrão de exigência de vocês é elevado, é pra ser programão mesmo! E a Bisnau cumpriu muito bem. Expectativas superadas com sucesso!
A fazenda onde está o Sítio Arqueológico e a Cachoeira do Bisnau é administrada por uma família, cujas principais atividades são: agricultura, pecuária e criação de caprinos. Ficamos imensamente felizes em saber que eles tem uma preocupação real com a preservação de tudo, mesmo que os atrativos ainda sejam pouco divulgados. A área preservada é mesmo imensa e, boa parte dela, permanece intacta.
Nosso dia foi tão gostoso e surpreendente, que me sinto na obrigação de instigar vocês a irem lá. Eu tô doida pra voltar em setembro ou outubro, antes do período chuvoso, pois nessa época, a água fica realmente barrenta.
Quero muito que eles recebam mais pessoas e que a confusão de informações sobre esse atrativo chegue ao fim. Por isso estamos aqui, dispostos a convidá-los para que vocês nos acompanhem muito em breve. E aí, você topa?
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