O que fazer em Cusco – Guia Completo Atualizado
Era fim de tarde em Copacabana, quando embarcamos no bus cama que nos levaria a Cusco, em um percurso que tomaria aproximadamente 12 horas. Aqui chegamos oficialmente ao 15º dia de Mochilão pelos 3 países: Chile, Bolívia e Peru. Era hora de conhecermos o último, mas não menos importante. Pelo contrário: passaríamos 13 dias completos em território peruano. Uma experiência marcante. Vamos começar pela primeira região, uma das mais buscadas por turistas do mundo todo. Saiba agora o que fazer em Cusco, berço da civilização Inca.
Ainda não sabe onde se hospedar em Cusco?
Durante nossa passagem, ficamos hospedados no Casa Campesina, por estar muito bem situado na região central da cidade, a apenas 500 metros da Praça das Armas. Próximo dali há diversos restaurantes, hotéis, lojinhas e lavanderias. O quarto que dividimos com o casal Viajando Na Janela é bem limpo, confortável, com banheiro privativo e o banho quente. O café da manhã é diversificado o suficiente para sairmos bem forrados. Quando fomos a Águas Calientes, antes de chegar a Machu Picchu, deixamos nossos mochilões nesse hotel sem nenhum custo adicional.
Reservando por esse link você nos ajuda a manter o blog e não paga nada a mais por isso! 😉
A proposta é uma imersão em um passado marcado por lendas, história e batalhas. Além dos mistérios que envolvem verdadeiras fortalezas, que após guerras, terremotos e séculos de existência, se mantém intactas até hoje. Além disso, te guiaremos sobre como chegar aos principais Sítios Arqueológicos e à cidade perdida dos Incas, a tão buscada e intrigante Machu Picchu.
Como chegar em Cusco
Avião
A forma mais rápida de se chegar em Cusco. O Aeroporto Internacional Alejandro Velasco Astete recebe vôos de diversos pontos do país e alguns internacionais. Não há vôos diretos de nenhuma cidade do Brasil a Cusco, sendo necessário uma conexão em Lima (que não costuma ser longa, pois há vôos partindo o tempo todo). O aeroporto é pequeno.
Ônibus
Eleito pela maioria dos mochileiros (inclusive nós), mas nem sempre uma boa opção. Como viemos de Copacabana, depois de termos chegado do paraíso que foi a Isla Del Sol, pegar um ônibus grande e confortável para viajar a noite inteira, foi bem tranquilo. Chegamos em Cusco as 5 da manhã.
Porém, uma viagem partindo de Lima leva mais de 20 horas! Então o recomendado é que você busque por companhias aéreas low cost. Apesar de termos chegado de ônibus, seguimos para Lima de avião, pela Peruvian, que saiu pelo equivalente a R$ 225.
Quer saber mais sobre quanto gastamos nesse mochilão? Saiba que temos um post completo e detalhado aqui.
Translado para o Hotel
Táxi: Ao desembarcarmos em Cusco procuramos por um táxi e negociamos o valor. Não há Uber na região, mas a vantagem é que esse tipo de transporte não costuma ser caro. Mas atenção: negocie! Pois como a cidade está tomada de turistas, os taxistas jogam o preço que eles querem.
Cusco – Cuzco (em espanhol) – “Umbigo do Mundo”
A antiga capital do Império Inca está a 3400 metros de altitude e é hoje o principal destino turístico do Peru, chegando a receber cerca de 2 milhões de visitantes por ano.
Não só os Sítios Arqueológicos guardam verdadeiros tesouros, como a própria cidade de Cusco é rodeada de traços desses povos, que formaram as primeiras civilizações pré-colombianas, contrastados com as construções em estilo barroco dos colonizadores espanhóis. Motivo suficiente para que Cusco seja declarada Patrimônio da Humanidade pela Unesco.
Durante as visitas guiadas por cada recanto sagrado, o espectador é apresentado a um pouco de toda magnitude dos tempos de império e prosperidade, que foram tomados de forma violenta pela civilização espanhola. Na época, os espanhóis derrubaram importantes edificações incas e construíram sobre suas ruínas, por exemplo, as famosas igrejas católicas que existem hoje.
Herança Inca
Muitas das construções Incas foram desenvolvidas com espécies de tijolos feitos de pedras vulcânicas, para que ficassem encaixadas umas às outras. Isso explicaria o fato de muitas obras estarem de pé até hoje, mesmo após terem passado por terremotos fortíssimos. Essas pedras possuem formas definidas como “macho ou fêmea”. Nossa guia as comparava a peças de lego.
Com o passar dos anos e o fim do Império Inca, causado não só pelas guerras, mas também pelo surgimento de doenças trazidas pelos colonizadores, pelo qual os Incas não tinham nenhuma defesa; houve um processo de miscigenação natural.
Cusco é uma cidade que atrai não só os apaixonados pela história desses povos centenários, como também boa parte de uma galera de perfil aventureiro. São montanhas, lagunas, além de pontos curiosos e inusitados. Como as Salineiras de Maras. Há ainda todo um apelo gastronômico (Peru, né gente?), que deve ser devidamente explorado. Digo mais: Cusco, com seu ar misterioso/envolvente, é o local perfeito para casais apaixonados.
Clima
O Peru tem duas estações bem definidas, que são: Verão, com chuvas de outubro a março, e inverno, de seca e frio, entre abril e setembro. Por ser um local de elevada altitude, Cusco também possui temperaturas mais baixas, mesmo no verão. A diferença é que no inverno os termômetros registram temperaturas abaixo de zero.
Ou seja, leve sempre o casaco. Em março a gente até conseguia circular de camisetinha, mas bastava o relógio marcar 17 horas para as temperaturas começarem a despencar. A velha tática da cebola – roupas em camadas – também funciona aqui. E nesse período é bom sempre andar com capas de chuva.
Melhor Época
Eu sempre tenho o pé atrás ao procurar a melhor época para se visitar qualquer lugar. No Peru não é diferente. Os meses de junho e julho são teoricamente bons, mas as festividades tradicionais peruanas e o subsequente mês de férias no país e em vizinhos da América do Sul, acabam por tornar ambos os períodos como sendo de alta temporada. O mês de agosto também não é indicado, por ser período de férias na Europa. Para visitar a cidade em época de seca, então, sobram apenas os meses de abril, maio e setembro.
Mas calma, nós fomos em março e conseguimos curtir bastante. Só pegamos chuva na trilha pela escadaria que leva até Machu Picchu. Para nossa sorte, antes de chegarmos à cidade Sagrada dos Incas, as precipitações cessaram. Nos primeiros minutos já dentro atrativo, Pachamama soprou a neblina que cobria toda aquela riqueza: Huayna Picchu e Montaña.
Quantos dias ficar em Cusco
Nós ficamos 5 dias completos – sendo 1 para Machu Picchu – e no sexto pegamos um voo muito cedo para a capital, Lima. Foi suficiente? Não. Nem um pouco. E para que você decida quantos dias ficar em Cusco, o recomendável é escolher bem quais os passeios são imperdíveis. Aqueles que você faz muita questão de riscar da sua lista de desejos.
Como estávamos num frenesi de 32 dias em 3 países, querendo “fazer tudo”, acabamos tendo que apertar mil ruínas em tão pouco tempo, o que eu não recomendo. Então a principal dica aqui é: lembre-se de incluir um passeio noturno na cidade de Cusco, experimente a gastronomia local. Por favor, você está em um dos melhores países do mundo no quesito; e saiba curtir bem uma caminhada/passeio na feirinha.
Em tempo: 5 dias é consideravelmente bom para se estar em Cusco e conseguir curtir. As vezes, tínhamos umas horinhas livres. Sentimos que não aproveitamos como gostaríamos, por conta do período que já estávamos mochilando, priorizando passeios e deixando o resto em segundo plano.
Antes de entrar especificamente nos atrativos, saiba que além das ruínas existem as famosas Montanhas Coloridas (Rainbow Mountain) e a Laguna Humantay. São 2 Trekkings puxados.
Então, para se aproveitar razoavelmente bem, separe no mínimo 5 dias. Um deles será, inevitavelmente, selecionado para as ruínas de Machu Picchu. Os demais, para outros atrativos que você desejar.
Aclimatação
Como eu disse no começo desse artigo, Cusco está a 3400 metros de altitude. A Laguna Humantay, a mais de 4 mil. Já a Vinicunca (ou Montaña de Siete Colores, Montanhas coloridas. Enfim, tantos nomes..rs), fica a 5200 metros acima do nível do mar, trazendo bastante dificuldade para quem não está devidamente aclimatado. Nesse post, eu passo uma série de recomendações para que você não sofra tanto.
Mas o primordial é: nos primeiros dias, faça programas com mais calma, no seu tempo. Faça o City tour, pois não exige tanto. Evite os programas de maior dificuldade e trilhas longas.
Coca? Tá liberada! rsrs… Use e abuse do hábito de mascar folha de coca, pois pode ser que alivie os sintomas. Elas são encontradas facilmente em lojas e feirinhas.
Seguro de Viagem
Deixa eu te contar uma coisa: o que já li e ouvi de relatos de pessoas que passaram mal de todas as formas possíveis e imagináveis por conta da altitude, sofrendo que nem condenado e desesperado por não saber se conseguiria seguir adiante, não tá no gibi!! A altitude castiga mesmo. O menor dos males são as inevitáveis dores de cabeça. O pior…bem, prefiro não assustar ninguém. Para você não achar que estou exagerando, convidei o J. Pedro Carvalho para nos contar um pouco de como foi sentir que ia morrer não ia dar conta de realizar o sonho de conhecer Machu Picchu. Ainda bem que ele fez oseguro e o relato completinho está aqui.
Onde se Hospedar em Cusco
As melhores opções, para nós, são sempre as bem localizadas, que oferecem um bom custo x benefício. Como dito anteriormente, ficamos hospedados no Casa Campesina, um hotel simples, mas confortável e perto de lojas e restaurantes.
Os hotéis Cusco Green, Saphi Bed & Breakfast e Cascada Del Inka, estão também próximos à Praça das Armas. Por ali há restaurantes, hotéis, lojinhas, lavanderias, casas de câmbio e agências de passeios. Também há a vantagem de não precisar subir ou descer grandes morros.
Hotel Cusco Green
Hotel novo e confortável com aquecedores nos quartos e até Netflix! Se esse hotel existisse quando fomos, provavelmente, teríamos nos hospedado nele. Excelente custo x benefício. O terraço tem uma vista fantástica.
Casa Saphi Bed & Breakfast
Esse é para quem presa por um bom atendimento, Juan e Gabriela são sempre muito solícitos e prestativos. Tudo sempre muito limpo, inclui serviço de quarto diário e um banho quente de valor! O café da manhã é simples, mas tem o necessário.
Cusco Hotel Cascada Del Inka
Hotel muito aconchegante com camas bem boas para você se jogar após um dia cansativo. Mas claro, antes, uma ducha quentinha pra relaxar.
Onde Passear em Cusco
A melhor parte, não é mesmo? Conhecer todos os atrativos de Cusco: as ruínas, os incontáveis sítios arqueológicos, museus e uma infinidade de pontos turísticos que a cidade e região proporcionam. Fica até difícil fazer as escolhas, mas é bom ter seu roteiro bem definido aqui, pois, o primeiro passo será adquirir o Boleto Turístico.
Boleto Turístico
É seu passaporte para entrar em diversos atrativos. Seu ingresso de acesso aos sítios arqueológicos, museus e apresentações artísticas, sem a necessidade de pegar fila na bilheteria em cada um deles.
Como Funciona
A coisa mais complicada para nós, enquanto estávamos lá, era entender qual seria a melhor opção para nosso roteiro. No fim das contas, não é tão difícil assim.
Tipos de Boleto Turístico
Integral (ou geral) e outros três circuitos.
O circuitos são pré-definidos, então, caso você precise fazer dois atrativos de circuitos diferentes, compre o Boleto Turístico Integral.
Para Ficar Mais Claro
- Boleto Turístico Integral de Cusco: Inclui as dezesseis principais atrações de Cusco, Vale Sagrado e Vale Sul. É a junção dos três circuitos em 1 só, e após adquirido o ingresso, o visitante tem até 10 dias para visitar todos eles (ou os que forem de maior interesse).
Valor: 130 Soles; - Boleto Turístico Parcial – Circuito I: Dá direito a visitação das quatro principais Estações Arqueológicas de Cusco. Após adquirido o ingresso, o turista tem 1 dia para cumprir com os quatro atrativos.
Valor: 70 Soles;
Inclui: Sacsayhuaman. Qenqo. Puca Pucara e Tambomachay. - Boleto Turístico Parcial – Circuito II: Museus e Vale Sul. Permite acesso a oito atrativos, sendo 4 museus e 4 Sítios Arqueológicos. Após adquirido o ingresso, o turista tem 2 dias para cumprir com os quatro atrativos.
Valor: 70 Soles;
Inclui: Museu de Arte Contemporânea, Museu Histórico Regional, Museu de Arte Popular, Museu do Site Qoricancha, Qosqo Center for Native Art, Monumento ao Inca, Pachacuteq, Pikillaqta e Tipon; - Boleto Turístico Parcial – Circuito III: Vale Sagrado dos Incas. Sítios Arqueológicos que guardam algumas das construções Incas mais importantes de toda a história desses povos. Após adquirido o ingresso, o turista tem 2 dias para cumprir com os quatro atrativos.
Valor: 70 Soles;
Inclui: Pisac, Ollantaytambo, Chinchero e Moray;
Em Resumo
- Só vale a pena adquirir os circuitos de forma separada se você for fazer as atrações específicas destes;
- Em geral, quem compra os boletos parciais é quem tem apenas 1 dia em Cusco;
- No Boleto Turístico Integral, estudantes universitários com idade entre 18 e 25 anos pagam 70 soles (USD 21) ao apresentar o cartão ISIC;
- O Boleto Turístico não inclui entrada para Machu Picchu;
- Também não estão inclusas, as Igrejas e as Salineiras de Maras;
- Não há necessidade de reservar o Boleto Turístico antecipadamente, ao contrário das entradas para Machu Picchu, que podem se esgotar rapidamente em períodos de alta temporada;
- Para compra dos boletos tenha sempre em mãos seu RG ou passaporte.
Onde Comprar
Nós compramos nossos boletos no Museu de Coricancha (Qorikancha). Mas você também poderá adquirir os boletos na entrada dos atrativos, ou na COSITUC – órgão responsável pela gestão dos tickets: Av El Sol 185, Cusco 08000, Peru. Próximo à Praça das Armas. Funciona de segunda a Sábado, de 08h as 18h.
- Obs: O Boleto Turístico também é revendido por agências, então cuidado para não acabar pagando mais caro.
Que tal comprar o seu boleto turístico sem sair de casa?
Assim você não corre o risco de não conseguir conhecer os atrativos!
Os Principais Atrativos de Cusco e Região
Finalmente a parte que nos interessa. O ideal para esses passeios é que você busque por boas indicações de agências, pois os ônibus são demorados, fazendo com que se perca muito tempo no deslocamento. Já em relação aos táxis, lembre-se de negociar os valores, pois não há taxímetro.
Fechamos nossos passeios com o Fermin Apaza, ou apenas Fermin. Um peruano super simpático, indicado por outros viajantes mochileiros, que tirou nossas dúvidas e nos ajudou todos os dias que estivemos em Cusco. Os preços dele são super convidativos, estando inclusive, abaixo da concorrência – sem perder na qualidade do passeio.
Contato: +51 984 495 553. Ele tem também um grupo, o Viagens para Cusco – Peru!
- Fermin entende super bem o português e foi testado (e aprovado) por nossos amigos Ana Paula, Rodrigo, Débora e namorado, que fizeram o passeio às Salineiras de Maras. Indicação Leve Sem Destino é certeza de sucesso.
- Nos passeios, geralmente, estão inclusos transporte e guia. Gente, não vale a pena visitar qualquer sítio (ou outro atrativo) sem condutor, pois há muita história em cada cantinho de Cusco e região.
Catedral de Cusco
Catedral Basílica da Virgem Assunção, ou Catedral de Cusco, está localizada na Praça das Armas e é cartão postal da cidade. Trata-se de uma igreja espanhola construída sobre um antigo templo inca, conhecido por Kiswarkancha. Possui uma arquitetura gótico-renascentista com traços do estilo barroco. Uma construção suntuosa que mais parece fortificação de tempos feudais. Perfeita e intrigante, não é a toa que esse santuário demorou 100 anos para ficar pronto.
- A Catedral de Cusco pode ser visitada durante o City Tour guiado ou de forma independente, ao custo de 25 Soles. Você pode também visitá-lá durante os cultos.
- Atenção: fotos de seu interior (como em qualquer outra igreja da região) são proibidas.
Qorikancha (Boleto Turístico – Circuito II)
Ou Templo do Sol, é o que sobrou da construção original feita pelos povos incas. Mais um espaço parcialmente destruído pelos espanhóis, mas que, de tão resistente, se mantém como Convento de Santo Domingo.
O espaço era composto por diversas capelas menores, como templo à lua, às estrelas, aos raios e ao arco-íris.
A construção de Coricancha foi feita com pedras vulcânicas, em formato de enormes tijolos, que se encaixam perfeitamente, como peças de lego. Tão resistentes, que aguentaram terremotos fortíssimos, capazes de destruir a edificação religiosa – que foi reerguida novamente -, mas manteve o que havia como alicerce praticamente intacto.
Para visitarmos o Museu de Coricancha utilizamos o Boleto Turístico, que também pode ser o Circuito II. Mas para o Templo e o Convento de são Domingo há a cobrança de 15 soles.
Sacsayhuaman (Boleto Turístico – Circuito I)
Parte do que um dia fora uma fortaleza. Estudiosos supõem que Sacsayhuaman foi construída para proteger a cidade de Cusco de tribos invasoras e, após isso, passou a ser centro cerimonial. O maior impacto nesse sítio é observar pedras gigantescas colocadas sobrepostas umas às outras. Grandes blocos de até 9 metros de altura e 350 toneladas, perfeitamente alinhados.
São muitos os mistérios que envolvem essa e outras ruínas incas. É intrigante imaginar homens trazendo essas rochas de cidades vizinhas e sobrepondo uma a uma, com uma perfeição pouco vista, sem qualquer possibilidade das mesmas serem cortadas e encaixadas de forma tão precisa, ainda mais quando se fala de uma obra iniciada no ano de 1438.
Sacsahuamán está a 2 km do centro de Cusco, em uma colina, e 3700 metros acima do nível do mar.
Fazem parte da fortificação: templos, torres, armazéns, arquedutos e túneis. Há ainda o trono inca.
O Inti Raymi, que é um festival em homenagem ao Deus-Sol, marca o solstício de inverno e é, ainda hoje, uma das festas mais importantes para os povos cusquenhos. Sua cerimônia é feita em Sacsahuamán, todo dia 24 de junho. Época de grande movimentação e festejos na cidade.
Para esse sítio você pode ir de forma independente (carro, andando), ou pelo City Tour, como fizemos. Em ambos os casos deve-se estar com o Boleto Turístico em mãos.
Q’enqo (Boleto Turístico – Circuito I)
Localizado a 4 km de Cusco, trata-se de um templo cujo principal recinto a chamar atenção do visitante é a sala mortuária. Nele, pedras lisas em formatos de mesas dão indícios de que naquele local eram feitos sacrifícios, além do embalsamento dos incas.
Q’enqo foi violentamente atacado pelos espanhóis, sobrando pouco do que foi, provavelmente, um dos complexos mais importantes para os incas.
Para esse sítio você pode ir de forma independente (carro, andando), ou pelo City Tour, como fizemos. Em ambos os casos deve-se estar com o Boleto Turístico em mãos.
Tambomachay (Boleto Turístico – Circuito I)
O Templo das Águas. Tem esse nome por ser composto por pedras que formam aquedutos e canais, servindo então de ponto de descanso para os povos incas e, espaço dedicado ao culto a água.
Tambomachay está a quase 3800 metros de altitude. Chegar ao templo requer um pouquinho de fôlego, pois há um pequeno aclive antes da chegada ao ponto exato do santuário.
Pukapukara (Boleto Turístico – Circuito I)
A Fortaleza Vermelha. Seu nome vem da coloração avermelhada que toda estrutura ganha ao cair do sol, devido a grande quantidade de ferro e calcário existente ali. Não há informações precisas sobre este sítio, mas há uma teoria de que ele fora construído as pressas, devido ao formato e posições das pedras, que, comparadas as outras construções, essas não são perfeitamente alinhadas. Mais um complexo arqueológico composto por praças, banhos, fontes, aquedutos. Provavelmente, servia de base militar e centro administrativo. Bem posicionado, impedia que gente suspeita seguisse viagem rumo a Cusco.
- Obs: Esses 5 passeios já listados foram feitos em um tour de meio dia (período da tarde, com direito ao pôr do sol em Pukapukara, que a gente curtiu bem). O lado positivo desse tour é a inclusão de transporte e guia, que é primordial para entendimento de tanta história;
- O ponto negativo dessa excursão, é o tempo escasso para compreensão do que os condutores falam e exploração do espaço. Como pudemos constatar, alguns desses sítios são enormes;
- Para um melhor aproveitamento do City Tour, você também pode contratar um Tour privado, mas prepare-se para pagar mais caro;
- Esse passeio coletivo custa entre R$ 10 e R$ 20.
Vale Sul (Boleto Turístico – Integral)
O tour pelo Vale Sul possibilita mais um contato com a cultura, história e visitação à ruínas dos tempos inca e pré-inca. Aqui você começa a ser apresentado(a), de forma mais clara, a engenharia e ao modelo de cultivo que os povos costumavam aplicar.
Tipón(Boleto Turístico – Circuito II)
Sítio histórico que guarda as ruínas do que fora uma cidade construída seguindo o formato da montanha. Mais uma obra de engenharia impressionante. Foi aqui que tivemos o primeiro contato com os campos que um dia foram as plantações dos incas. Os povos cultivavam milho, batatas, grãos e vegetais.
O que chama atenção nesse espaço é a impressionante engenharia hidráulica. Os canais de água que descem em cada terraço irrigavam toda a matéria cultivada.
De fato, cada passeio desse deixa claro o tamanho da engenhosidade desses povos. E sim, eles eram dotados de uma inteligência absurda. Não é a toa que existiu o império inca.
Tipón está a 23 km de Cusco e 3450 metros de altitude.
Pikillacta(Boleto Turístico – Circuito II)
Distante cerca de 30 km de Cusco, o espaço é extremamente importante para a história peruana, pois suas ruínas, feitas basicamente em pedras brutas e tijolos adobe, são datadas dos anos 550 a 1100 depois de Cristo. Foram civilizações pré-incas, conhecidas como povos Wari (Huari), que trabalharam essas importantes técnicas de construção civil, que se mantém até os dias de hoje.
Andauaylillas
O tour que fechamos para Vale Sul parava nessa pequena cidade, para uma visita guiada pela Igreja de San Pedro de Andahuaylillas. O ingresso para acessar a igreja não está incluso no Boleto, sendo cobrado 15 Soles que são pagos na hora. Nós não fizemos o tour, ficamos apenas observando a movimentação pacata do local, que é uma gracinha. Me apaixonei pela composição das imensas árvores com a feirinha fixa.
De qualquer forma, a decoração interna da igreja é composta por peças banhadas a ouro. Até as paredes e o teto são dourados. Mas atenção, assim como na Catedral de Cusco, fotos no interior da mesma não são permitidas.
- Obs: O tour pelas ruínas do Vale Sul é ainda menos popular, sendo muito indicado para quem busca uma maior conexão com a história inca. Grupos menores frequentam o local.
- Fizemos esse passeio no período da manhã, então acredito que seja uma boa ideia inclui-lo no roteiro, se você estiver com bom tempo disponível.
Vale Sagrado(Boleto Turístico – Integral)
A região do Vale Sagrado (ou Vale de Urubamba), tem esse nome por englobar diversos rios que descem por pequenos vales, cujo principal é o Urubamba. Um território fértil até os dias de hoje, onde é produzido o melhor grão de milho do Peru.
Pisaq (Boleto Turístico – Circuito III)
Em nosso tour pela cidade de Pisac fomos levados a uma loja que também atuava na fabricação de joias de pratas. Ao que parece, o local tem forte apelo na fabricação de pratarias, além claro, da venda de peças e souvenires em feirinhas. Pode ser interessante a quem busque esse tipo de turismo, o que não era nosso caso.
- Saiba: Parte dos tours passa por lojas que vendem peças tradicionais (como roupas fabricadas em lã de lhama, alpaca e vicunha), joias e, em um dos casos, um local de fabricação de pão caseiro.
O tour pelas lojas pode até não ser atraente – na verdade, me deixou mal humorada. Ficamos uns 40 minutos em um local onde tínhamos 0% de interesse. Mas o complexo arqueológico, olha!
Um dos mais belos sítios arqueológicos que passamos durante o mochilão. O território é formado parte por cidade, parte por complexo militar. O tradicional terreno em formato de escadaria foi, mais um espaço destinado às plantações. Não aparenta, mas cada terraço daquele tem em média 2 metros de altura.
Localizada no topo de uma montanha, parte do que foi a cidade é repleta de casas, templos, observatórios espaciais e até um cemitério vertical.
Curioso, né? Mais detalhes vou trazer em um post específico.
Ollantaytambo (Boleto Turístico – Circuito III)
A única cidade do período inca ainda habitada. Chega um momento nos tours que você passa a achar que todas as ruínas são muitos parecidas (e a grosso modo, são mesmo), mas essa cidade é capaz de impressionar. O Sítio Arqueológico de Ollantaytambo possui boa parte das características das demais ruínas, mas seus terraços agrícolas são ainda maiores e mais profundos do que os vistos até aqui. Creio que sejam realmente os mais altos, chegando a 15 metros de altura, 700 de comprimento e 58 de largura.
É a cidade que margeia o rio Urubanda e um dos principais pontos de partida para Machu Picchu.
Chinchero(Boleto Turístico – Circuito III)
Nosso tour por Moray e as Salineiras de Maras começou no povoado de Chinchero. A grande sensação aqui é observar as tecelãs produzindo materiais em lã de alpaca da mesma forma que os povos incas utilizavam. Vale destacar os trajes típicos quechua que as mulheres da cooperativa usam.
Salineiras de Maras
Deixando um pouco de lado as ruínas, as Salineiras de Maras são um complexo de extração de sal totalmente diferente do que estamos acostumados a ver, pois não há litoral por aqui. Acontece que a fonte de todas essas piscinas nasce na montanha. Um córrego que foi canalizado. Água salgada que percorre mais de 4 mil piscinas de sal, que são utilizados no consumo humano, animal e de cosméticos. As Salineiras de Maras são importante fonte de renda para a economia regional.
Entrada: 10 soles.
- Não faz parte do Boleto Turístico de Cusco;
- Excelente alternativa para comprar souvenires diferentes. Agradar aquela pessoa que gosta de cozinhar, pois os sais tem “sabores”. Chegamos a comprar 6 pacotinhos por 5 soles. 😍
Moray (Boleto Turístico – Circuito III)
Uma espécie de laboratório agrícola. Nas ruínas de Moray eram feitas experimentações com diversos tipos de sementes. Os círculos de Moray são gigantes e, em cada um deles, diferentes plantações eram cultivadas. Uma observação interessante no modo de cultivo dos antigos incas: cada degrau é composto por temperaturas específicas, gerando microclimas onde, a mais baixa era também a mais quente, e vice-versa.
Machu Picchu
Dos lugares mais mágicos e cobiçados do planeta. Sim, nós estivemos nele. Mais um sonho realizado. Outro item retirado da lista com sucesso!
Madrugamos. Pegamos chuva e subimos nada menos que 1700 degraus de escada! 1 hora e 30 minutos para chegarmos à porta de entrada. No início do passeio tudo estava tomado por neblina, mal se via a principal cidade dos incas. Mas depois, como se uma recompensa por tanto esforço (físico, mental e uma vida inteira de espera), o Deus da montanha “empurrou” todas as nuvens. Nos recompensou com aquilo que mais queríamos!!
E é nessas horas que eu acredito, cada vez mais, que as coisas tendem sempre a dar certo! Isso é o que nos motiva. E é o que me faz estar aqui, dizendo a você: Vá! Tente outra vez. Nunca desista daquilo que você mais quer!
Vai ter post exclusivo, sim. Se a Monikete demorar, vem cá puxar nossa orelha!
Passeio de Aventura
Trilha Salkantay, Laguna Humantay e Montanha de 7 Cores
Dois pontos da região de Cusco, onde o pessoal se prepara para um trekking mais pesado – sendo o primeiro, bem puxado. Como a gente tava “naquele pegada frenética”, tivemos que fazer escolhas e deixar de lado alguns atrativos. Então, ambos ficaram para uma próxima oportunidade.
Mas a Denise do Chicas Lokas na Estrada e a Julyanna, do Rotas Incríveis, concluíram com sucesso ambos os desafios.
- Confira os detalhes sobre a Trilha Salkantay, passando pela Laguna Humantay, no link em negrito;
- Aqui, todos os detalhes sobre a Rainbow Mountain;
Onde Comprar em Cusco
Centro Artesanal de Cusco
Um galpão enorme, cheio de barraquinhas que vendiam roupas, artesanato, instrumentos peruanos, e toda espécie de souvenires que você quisesse trazer ao Brasil. As lhamas estavam por toda a parte, de blusas a chaveiros. Sério, a vontade de comprar tudo beirava o incontrolável. Não foi a toa que voltamos ao Brasil com 10 kg a mais de bagagem… rs. Essa feira é excelente para se trazer o tão tradicional e procurado poncho peruano. Eu que já tinha comprado um na última cidade da Travessia de Uyuni, não aguentei: comprei o segundo.
Nessas feirinhas vale a pena pechinchar também. Negocie!
Outra dica: Em muitas dessas feiras e mercados vão te oferecer peças de vestuários (luvas, toucas, casacos e ponchos), feitos em peles de alpaca, lhama ou vicunha. Cuidado para não cair em uma conversa furada, pois os produtos originais costumam ser caros (sendo a vicunha, a mais cara de todas). O melhor mesmo é desconsiderar o tipo de pele e apenas optar pelo que lhe agrada visualmente.
Para chegarmos nesse centro, íamos caminhando. Ele ficava a 900 metros do Casa Campesina.
Mercado de San Pedro
Passamos nesse gigantesco mercado, bem maior do que o Centro Artesanal, apenas para conferir que este não é tão atraente turisticamente falando. Ele é mais voltado para a venda de alimentos, crus ou preparados ali mesmo. Também há roupas e souvenires. Obviamente que não resisti, trouxe lembrancinhas daqui também.
Por ser mais frequentado por nativos, o Mercado oferece uma melhor observação da rotina do cusquenho.
Aqui também é possível experimentar um pouco do cultivo local. Foi nesse mercado que Flávio comprou a granadilha, uma fruta que muito lembra nosso maracujá, porém mais doce e gostosa.
Câmbio
Há várias casas de câmbio na Praça das Armas, recomendo que você faça uma pesquisa por lá.
Real ou dólar?
Você poderá trazer as duas moedas. Como o dólar está em constante flutuação nesses últimos meses, sugiro pensar bem se vale a pena adquirir dólares para depois trocar por soles, pois pode haver duas perdas.
Perrengue com o Banco do Brasil
Para conseguir sacar dinheiro pelo Banco do Brasil no Peru, na Colômbia e no Paraguai, você deve se dirigir a sua agência pessoalmente e fazer a solicitação. Senão, fica liberada apenas uma pequena quantia diária para saque. Sim, nós descobrimos isso lá. E não adianta ligar para a central de relacionamento que for. #ficadica
Curiosidades
- Os incas construíam suas fortificações nas montanhas para ficarem mais próximos de Inti, o Deus Sol;
- Esse tipo de arquitetura permitia que eles tivessem água potável e corrente o tempo todo;
- O sistema de captação e distribuição d’água dos povos garantia terreno fértil;
- Diversos templos e palácios eram cobertos por ouro e pedras preciosas;
- Os povos incas cultivavam seus grãos de acordo com a temperatura, clima e altitude;
- Machu Picchu nunca foi descoberta pelos espanhóis, isso explica o fato da cidade se manter preservada quase que em sua totalidade;
Conclusão
Dentro e fora de Cusco as possibilidades de passeios são intermináveis. É uma imersão na história de um país tão rico, nos mais variados sentidos. Eles sabem preservar o passado muito bem.
Os povos incas eram, definitivamente, uma nação muito desenvolvida e organizada. Em pensar que antes mesmo do Brasil ser colonizado, eles já formavam um verdadeiro reinado é algo que nos faz super valorizar a cultura. Os incas estavam muito a frente do tempo em que viviam.
A cada sítio visitado, cada informação captada, cada curiosidade respondida, mais e mais ficamos admirados com tamanha engenhosidade. Mas o que chama mais atenção em tudo é: de onde surgiu tanto conhecimento?
Mistérios de um mundo formado por Deuses e Deusas, fertilidade, misticismo e muita bravura. Estar na região de Cusco é voltar no tempo, se sentir parte de um mundo sagrado.
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